Alice Brill - em memória

Resenha por Jonas Lopes
 
 
Nascida na Alemanha em 1920, Alice Brill mudou-se para São Paulo ainda adolescente, em 1934, quando sua família fugiu da perseguição aos judeus na Europa. Começou a carreira artística frequentando os ateliês do Grupo Santa Helena, cultuado reduto de pintores e intelectuais na Praça da Sé. Passou a retratar a vida nas grandes cidades, especialmente o dia a dia do homem isolado, enclausurado em apartamentos e que contempla a condição urbana através de janelas. Agora, a artista ganha uma retrospectiva com oito fotografias e outras 26 obras, como telas, desenhos e batiks (técnica de pintura sobre tecido), feitas entre o fim da década de 30 e o ano de 2008. Os trabalhos mais antigos exploram o pós-impressionismo, com retratos e paisagens muito presos à herança estética de Cézanne. Depois de um ligeiro período abstracionista, Alice encontrou identidade própria e inconfundível ao pintar, com delicadeza, figuras em estruturas verticais semelhantes a prédios e telhados geometrizados de casas avistados de seu ateliê — sempre dedicada ao tema da solidão nas metrópoles. Até 30/12/2010