Roberto Giannecchini

Roberto Giannecchini (GIA)
 
Formação artística
 
 
1980    •   Curso de História da Arte – Associação Paulista de Psicanálise, prof. Theon Spanudis
 
1966/7•   Escola Nacional de Belas Artes – Universidade da República (Uruguai)
 
1961/3•   Curso de Desenho Técnico Industrial – Universidade do Trabalho (Uruguai)
 
1956    •   Instituto de Belas Artes Gustavo Koch – desenho (Uruguai)
 
 
  Formação paralela    
 
 Curso Técnico Eletrônico – Uruguai
 
Programação de computadores – Uruguai
 
Cursos no exterior: computação – Argentina e França
 
Outros: Especialização em pipas, papagaios, pandorgas etc
 
 
 Exposições Realizadas         
 
 
Coletivas
 
 2015    •   3º Salão de Outono da América Latina
 
•   Expo “O plural na arte” – Banco de la Republica Oriental del Uruguay
 
•   XI Salão das Águas -  Centro Cultural Marinha de SP
 
•   9a Grande Exposição de Arte Bunkyo
 
2014    •   2º Salão de Outono da América Latina
 
•   I Salão de Artes Plásticas Solas dos Andradas
 
•   8a Grande Exposição de Arte Bunkyo
 
2013    •   7a Grande Exposição de Arte Bunkyo
 
2012    •   6a Grande Exposição de Arte Bunkyo
 
2011    •   Expo “Mão da América” – Memorial da América Latina
 
•  VII Salão das Águas – Centro Cultural Marinha de SP
 
2003    •   XII Encontro de Artes Plásticas de Atibaia – Instalação
 
•   35o Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba – Instalação
 
2000    •   7a Bienal Nacional de Artes Visuais de Santos – Escultura
 
1999    •   Mural permanente na Av. Paulista (concurso Hospital Santa Catarina)
 
1988    •   4a Expo Projeto Beethoven – Pinacoteca do Estado de São Paulo
 
•   XVI Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
•   Exposição do acervo da Pinacoteca de São Bernardo do Campo
 
1987    •   III Salão de Arte Contemporânea de Americana
 
•   2a Expo Projeto Beethoven – MACA (Americana)
 
•   3a Expo Projeto Beethoven – Teatro Procópio Ferreira (Guarujá)
 
1986    •   XIV Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
•   Obra “Ovo segmentado”, proposta para Monumento da Unicamp
 
•   Grande festival de Papagaio de Sorocaba
 
1985    •   1a Expo Projeto Beethoven – Paço Municipal de Santo André
 
•   XIII Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
•   Expo “Seis escultores brasileiros” – Paço Municipal de São Bernardo do Campo
 
•   Inscrição na mostra Entradas e Bandeiras, censurada na ditadura
 
•   Expo papagaios/ambiente – Centro Cultural São Paulo
 
1984    •   XII Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
•   II Salão Paulista de Arte Contemporânea – Palácio das Artes (MIS)
 
•   X Campeonato Paulista de Papagaios
 
1983    •   Salão de Arte – Sindicato Ano Zero (FAU/USP)
 
•   I Salão de Arte Contemporânea da Embraer (São José dos Campos)
 
•   Expo Pipa – a arte da forma, da cor, no ar e no céu (Casas das Retortas, Centro Cultural São Paulo)
 
•   II EXPOINTER de Artes Plásticas (São Bernardo do Campo)
 
•   XI Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
1982    •   VIII Campeonato de Papagaios da Faculdade Anhembi Morumbi
 
•   X Salão de Arte Contemporânea de Santo André
 
•   1º Salão Paulista de Arte Contemporânea – Bienal SP
 
1980    •   17º Salão de Artes Plásticas de Embú
 
1978    •   VI Salão de Artes Plásticas de Santo André
 
1977    •   II Olimpíada dos Imigrantes 77 (São Paulo, estande do Uruguai)
 
•   V Salão de Artes Plásticas de Taubaté
 
 
Individual       
 
 1986    •   Retrospectiva “Intuitive gate” – Espaço aberto ABC Bull – Hotel Eldorado (São Paulo)
 
 
Prêmios
 
 2015    •   Medalha de Prata pela obra “Aliança das águas” no Salão de Arte “Batalha do Riachuelo” da Marinha de São Paulo
 
2014    •   Medalha de Bronze pela obra “Kripto code nazca – Em rede” no I Salão de Artes Plásticas Solas dos Andradas
 
2012    •   Medalha de Prata pela obra “The unending gift I” na 6a Grande Exposição de Arte Bunkyo
 
2011    •   Medalha de Prata pela obra “Tecendo mares” no VII Salão das Águas da Marinha de São Paulo
 
1999    •   Prêmio pela “Exposição Permanente sobre Maternidade” do Hospital Santa Catarina (mural na Avenida Paulista, São Paulo)
 
1987    •   Prêmio Goodyear do Brasil – escolha do público no III Salão de Arte Contemporânea de Americana
 
1985    •   Prêmio Aquisição Escultura – XI Salão de Arte Contemporânea de Santo André (duas peças)
 
1983    •   Menção especial do júri – Salão de Arte Contemporânea de São José dos Campos
 
1980    •   Medalha de Bronze – Salão de Artes Plásticas de Embú
 


A porta imprevisível
 
“A matemática possui não apenas verdade, mas suprema beleza – uma beleza fria e austera, como a da escultura”.
Bertrand Russell
 
          Diplomado em Eletrônica em seu país de origem - o Uruguai - e especializado em Computação de Dados, Roberto Giannecchini atua há mais de 20 anos na área da Informática. Ao longo destes anos, conviveu diuturnamente com sistemas projetados para efetuar funções lógicas baseadas nos conceitos de entradas e saídas do tipo AND gate, NAND gate, OR gate, NOR gate e outros, operados em lógica positiva e negativa, em que os valores Verdadeiro e Falso se constituem em elementos fundamentais do processo. Resumindo: Giannecchini é um técnico altamente especializado, acostumado ao rigor dos processos de computação, que não excluem a beleza implícita na ordem.
          Sua personalidade, todavia, não se esgota nos limites do programável, pois o homem não pode ser reduzido a fórmulas. Ele “é a medida de todas as coisas”, como afirmava PROTÁGORAS, quatro séculos antes de CRISTO. Além de técnico, Gia é também um artista. E ao assumir este papel, passou a trabalhar com outro tipo de conceito, que ele mesmo chama de INTUITIVE gate, ou seja, um sistema de entradas e saídas em que a razão cede espaço à emoção, esta dimensão que as máquinas não conhecem.
          Esta atitude, privativa do homem, assume em cada artista tomas peculiares de operação. Os inputs são constituídos por estímulos vitais, de natureza particular ou coletiva, e os outputs por respostas a nível artístico.
          Pela “porta imprevisível” da sensibilidade de Gia saíram pinturas de nítida configuração construtivista, em que as áreas de cor se entrelaçam, num diálogo organizado e sensível. estas pinturas são realizadas, muitas vezes, no domínio da abstração referencial. O símbolo é usado com frequência, e os materiais variam desde o óleo-sobre-tela até as técnicas mistas com colagens diversas. é o caso, por exemplo, do belo trabalho “Paz, Guerra, Homem”, em que se destacam figuras abstraídas de dois pássaros e que incorporam placas de circuito impresso de computadores e até uma pequena escultura antropomórfica de poliuretano, encaixada em um nicho protegido. Na realização de seu trabalho, Gia utiliza-se ainda de outros materiais como pó de carborundum, lixa, areia, compondo trabalhos reveladores de suas preocupações éticas e estéticas. Gia realiza ainda papagaios gigantes, dentro de uma linha construtivista.
          Mas os trabalhais nos quais o poder criativo de Gia alcança seu ponto mais alto são suas esculturas-objetos atuais, realizadas com perfis de alumínio forqueado e sucatas de computadores, as quais incorporam elementos fornecidos pela tecnologia moderna, como fibras óticas rígidas, fios de poliuretano, pequenos motores e temporizadores. Algumas peças são fixas e outras móveis. Estes objetos estéticos, às vezes sensíveis a interferências do observador, lembram as esculturas “méta-matiques” do suíço Jean Tinguely, irresistivelmente belas. Elas constituem as respostas mais convincentes e mais sedutoras que passam pela “porta imprevisível” do sistema criativo de Gia. Com elas conquistará, certamente, um espaço no panorama da arte atual brasileira. Quem viver, verá.
 
Enock Sacramento
Páscoa de 1986